quinta-feira, 26 de março de 2009

E se fosse possível carregar baterias em apenas alguns minutos?

A questão das baterias é uma das mais discutidas no mundo da mobilidade, uma vez que sem elas os vários equipamentos e dispositivos que podemos utilizar não têm grande utilidade. A autonomia dos equipamentos, actualmente, não se compara com os valores de há alguns anos atrás. No entanto, o carregamento das baterias é um processo moroso, que invalida muitas vezes a utilização dos dispositivos.

Mas, e se fosse possível carregar baterias em apenas alguns minutos? Segundo um estudo do MIT, poderá estar para breve o aparecimento deste tipo de baterias.

As baterias mais comuns actualmente são as de iões de lítio. Até hoje, o motivo pelo qual se supunha que estas demoravam demasiado tempo a carregar estava relacionado com uma limitação na velocidade a que os iões de lítio e electrões se moviam no material que compõe a bateria. Gerbrand Ceder, do MIT, e os seus colegas utilizaram uma simulação de computador para mostrar que, se ao invés de utilizarmos o material típico para a construção da bateria, for utilizado uma variante (lithium iron phosphate), a velocidade dos iões e electrões aumenta de forma exponencial. Segundo os testes, uma bateria que demore, actualmente, 6 minutos a ser carregada, poderia levar apenas 20 segundos, utilizando esta nova técnica.

A única desvantagem deste tipo de material é que, para um determinado peso, consegue armazenar menos energia que o material "rival", utilizado actualmente. Ainda assim, seria possível ter baterias deste tipo no mercado daqui a 2-3 anos.

É possível consultar o artigo que serviu de base a este post aqui.

Estas são, sem dúvida, boas notícias. Por muito que, como já disse anteriormente, seja importante o reajustamento de processos e de mentalidades, e a existência de aplicações robustas e adaptadas à realidade dos clientes, sem dispositivos nada funciona. É de extrema importância continuar este tipo de estudos, de forma a garantir que os tempos de carregamento sejam cada vez menores, e a durabilidade das baterias cada vez maior. 

Resta-me congratular o MIT pelos resultados obtidos, e aguardar com alguma curiosidade o desfecho deste tema.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Afinal, quem lidera o crescimento no mercado de Smartphones?

À boa maneira americana, "and the winner is...":



1º - Nokia - 44%
2º - RIM - 17%
3º - Apple - 8%
4º - HTC - 4%
(...)

Estes são os lugares de topo da lista de quem mais vendeu no ano de 2009, segundo um estudo efectuado pela Gartner. Realçando apenas alguns pontos:
- A Nokia manteve o primeiro lugar, apesar de um crescimento de apenas 0,8% nas vendas, relativamente ao ano anterior.
- A RIM aumentou em quase 100% as vendas dos seus dispositivos.
- A Apple, muito graças ao iPhone 3G, aumentou em 245% as vendas.

Como podemos perceber, a Apple conseguiu em pouquíssimo tempo colocar-se nos lugares de topo com o iPhone, estando neste momento com o dobro da quota da HTC. Podemos concordar mais ou menos com as políticas aplicadas pela empresa, mas "há que lhes tirar o chapéu". A crise parece realmente não afectar a venda de Smartphones, e mesmo o pouco crescimento da Nokia penso dever-se mais ao que os seus dispositivos não oferecem (face a um iPhone, por exemplo), do que propriamente à actual conjuntura económica.

É impossível fazer futurologia. O actual cenário económico mostra que previsões não servem, na prática, de muito. Mas há definitivamente gostava de poder olhar a lista do ano que vem e perceber se a Palm vai aparecer e em que posição. Já conseguiram surpreender no dispositivo? Conseguirão também fazê-lo nos resultados?

Para o ano teremos a resposta... Até lá, fica uma imagem (épica) de um dos dispositivos que promete dar que falar este ano.


terça-feira, 17 de março de 2009

Inovação "à la Minority Report"

Para quem ainda não viu o filme "Minority Report" com Tom Cruise, talvez o título deste post soe estranho. No entanto, para quem conhece o filme, este post apresentará alguma informação, sem dúvida, familiar.

A inovação é horizontal em termos de mobilidade. Não apenas na vertente empresarial, mas talvez até mais na vertente do mercado de consumo. Exemplo disso é o iPhone, que teve o sucesso que está à vista devido à diferenciação que apresenta ao consumidor, permitindo-lhe realizar algumas tarefas que mais nenhum dispositivo no mercado permite.

Agora imaginem um dispositivo que possa ser utilizado e que vos permita, entre outras coisas:
  • "Olhar" para o vosso bilhete de avião e informar que o voo se encontra atrasado, ou que o portão de embarque mudou;
  • Apresentar-vos as horas, após "desenharem" um relógio no vosso pulso;
  • "Ajudar-vos" nas compras após analisar um determinado produto e validá-lo de acordo com características pré-definidas;
  • Mostrar-vos informação sobre livos e filmes, recolhida na Internet, enquanto se encontram numa loja, com o dito objecto na vossas mãos.
Embora possa parecer algo de um futuro distante, a verdade é que não o é. E apesar de não ser ainda um dispositivo fácil de produzir em massa, o protótipo, a concretização da ideia já existe!

Vejam do que falo aqui:



E sintam-se à vontade para comentar como um dispositivo deste tipo poderia mudar o vosso quotidiano!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Qual é verdadeiramente o ROI das soluções de mobilidade?

Quando uma empresa decide considerar uma solução de mobilidade, irá necessitar da ajuda do(s) potencial(ais) fornecedor(es) para perceber qual será a real vantagem de adoptar uma solução deste género. Como acontece em todas as áreas, uma aposta na mobilidade empresarial implica um investimento por parte da empresa, que terá (ou deveria ter) sempre noção do real retorno da solução a implementar. Existem casos, nas TI, em que o cálculo do ROI é relativamente linear. No entanto, a mobilidade empresarial nem sempre se insere nesta categoria.

A adopção de uma solução de mobilidade implica muitas vezes a reengenharia de alguns processos. Essa reengenharia implica, muitas vezes, um "conflito" com alguns paradigmas e lugares comuns, no que respeita à execução das tarefas diárias dos colaboradores. E, por todos estes motivos, é muitas vezes difícil perceber qual será o verdadeiro retorno de uma solução de mobilidade. 

Referindo um exemplo: quantas das empresas que consideram adoptar uma solução de automação de força de vendas sabem, em minutos, quanto tempo o vendedor demora a preencher uma ordem de encomenda; e quanto tempo demora alguém, no escritório, a introduzir essa ordem no sistema? Como se pode calcular efectivamente quanto tempo a empresa vai poupar na recolha de uma encomenda se não se tiver acesso a esta informação?

Este é o nosso papel, como consultores e fornecedores de uma solução de mobilidade. Ajudar o cliente a perceber aspectos que poderão não ser tão directos (por estarmos a redesenhar processos) de forma a que exista uma real noção do ROI da solução de mobilidade a implementar. Com o objectivo de auxiliar nesta tarefa, são indicadas em seguida algumas perguntas que poderão ser úteis no cálculo do ROI. Esta lista é baseada na lista indicada em https://knol.google.com/k/kevin-benedict/mobile-software-handheld-pda-business/3tl46qvtusivp/2#What_ROI_Can_I_Expect(3F).

  1. Quanto tempo demora a recolha de informação pelos colaboradores no terreno? E quanto tempo / combustível é gasto para entregar os dados em papel na sede?
  2. Quanto tempo é perdido, no escritório, a inserir nos sistemas centrais a informação recolhida pelos técnicos, vendedores, etc? E quantas vezes a informação está incorrecta ou é insuficiente?
  3. Quanto tempo se perde em alocação de novas tarefas a colaboradores que estejam na rua, quando elas surgem (como por exemplo, uma intervenção de emergência)?
  4. Quanto tempo / combustível gastam os colaboradores a chegarem à morada correcta dos vários clientes? Existe uma optimização de rota?
  5. Quanto tempo é gasto na inventariação dos vários itens do cliente?
  6. Quanto tempo decorre entre a entrega dos bens e a entrega da factura?
  7. Qual é o nível de serviço prestado ao cliente, tendo em conta os escassos dados temporais disponíveis para os colaboradores da linha da frente (histórico, produtos preferidos, etc)?
  8. É possível realizar uma auditoria ao sistema, para garantir a máxima eficiência e eficácia?
Estas são apenas algumas das perguntas que podem ser feitas, e apesar de não serem um "Guia Completo - O que levará o seu cliente a comprar uma solução de mobilidade?", contribuem para que seja definido um conjunto de métricas que levarão depois o cliente a chegar, por si próprio, à conclusão de que a forma como está a conduzir o seu negócio é tudo menos eficiente. Ou, no mínimo, a perceber (e você também) que não é rentável investir numa solução de mobilidade. Claro que, se for esta a conclusão, partirá de nós extrapolar para outras possíveis áreas de intervenção nesse cliente, sempre com a melhoria do seu negócio em mente.

Ao complementar as perguntas enumeradas com um conjunto de Silver Bullets espero poder auxiliar na condução do cliente à tão pretendida conclusão:

  • Optimização do processo de recolha de informação no terreno (sincronização over-the-air com os sistemas de backend, validação da informação introduzida, etc).
  • Redução do tempo / recursos dispendidos na integração da informação nos sistemas centrais.
  • Redução do tempo / recursos dispendidos na alocação remota de novas tarefas.
  • Optimização de rotas e nos recursos utilizados nas mesmas (combustível, etc).
  • Utilização de sistemas de códigos de barras / RFID para facilitar a inventariação de bens no cliente.
  • Facturação on-site, reduzindo o tempo necessário para os recebimentos.
  • Garantia de melhor serviço ao cliente, mais rápido, mais personalizado e com maior qualidade.
  • Gestão e auditoria completa do sistema, garantindo, entre outros aspectos, que as rotas foram cumpridas.
  • Automatização de processos.
Na maioria dos casos será relativamente linear começar o cálculo do ROI se nos basearmos em alguns recursos que possamos medir, como o tempo dispendido ou o combustível gasto. Não é uma ciência exacta, mas pode sem dúvida constituir a base de uma trabalho mais elaborado, que mostre realmente ao cliente as vantagens em implementar uma solução de mobilidade.

Não queria terminar este post sem no entanto dizer, e fazendo um elo de ligação com o post anterior, que se a satisfação do cliente não é linear de medir, não deverá no entanto ser descurada. Como já foi referenciado, o factor chave na deserção dos clientes é exactamente o facto de não estarem satisfeitos com o serviço prestado pelo fornecedor actual. 

Resta-nos então mostrar aos clientes que, potencialmente:

Reengenharia de Processos
+
Solução de Mobilidade
=
ROI "Mensurável"
+
Aumento Satisfação do Cliente

domingo, 8 de março de 2009

Qualidade de serviço dita preferência dos consumidores

Em tempos de crise, as empresas buscam mais ainda formas de fidelização dos seus clientes, assim como formas de ganhar novos negócios o mais rapidamente possível. No entanto, a abordagem de muitas empresas passa amíude pelo preço dos seus serviços ou produtos, sendo descurada a parte considerada como mais importante por muitos dos consumidores: a qualidade do serviço prestado.

Segundo um estudo efectuado pela Accenture, que foi comentado num artigo do Semana Informática (http://www.semanainformatica.xl.pt/917/act/100.shtml), a deserção dos clientes tem como causa principal o facto de o serviço que o actual fornecedor presta não estar a ser satisfatório, uma vez que não vai de encontro às expectativas do cliente. Outra das conclusões apontadas por este estudo está exactamente relacionada com este último ponto, a expectativa dos clientes quanto ao serviço que lhes está a ser prestado. Segundo a informação recolhida, os clientes esperam hoje em dia muito mais dos fornecedores do que esperavam há alguns anos atrás.

Se pensarmos um pouco, este facto não constitui razão para espanto. Está relacionado com as leis do mercado, e com as leis da oferta e da procura. Se eu, como consumidor, estou a pagar por um determinado serviço, tenho o direito a ser "bem servido". Se o meu actual fornecedor não me satisfaz, e tenho mais alguns, com boas referências, que podem fazer o mesmo, porque não mudar? 

A mobilidade empresarial encaixa neste contexto que nem uma luva. Como pode ser verificado pelas conclusões deste estudo, irão vingar as empresas que se conseguirem diferenciar: pode ser pelo tipo de produto ou serviço oferecido, pela qualidade com que o fazem ou pela melhor relação custo / benefício. No entanto, não persistem dúvidas quanto ao facto de que é necessário servir o cliente o melhor possível.

E será que o podemos fazer se tivermos processos inflexíveis, que tornem as tarefas demoradas?
Será que podemos garantir permanência de clientes, se não temos acesso à informação necessária para lhes prestar um bom serviço, em qualquer lugar e a qualquer hora?
Será que os clientes olharão para nós da mesma forma, se a concorrência se apresenta com um conjunto de meios que lhes asseguram melhor serviço, aliado a menos erros, que resulta numa maior satisfação?

Estas são perguntas que os decisores terão de fazer a si próprios. Nada como tempos de crises para forçar a que perguntas difíceis sejam respondidas, o que muitas vezes não acontece em tempos mais prósperos.

No limite, o serviço ao cliente dita a saúde da empresa. Até onde está a empresa disposta a ir?