A adopção de uma solução de mobilidade implica muitas vezes a reengenharia de alguns processos. Essa reengenharia implica, muitas vezes, um "conflito" com alguns paradigmas e lugares comuns, no que respeita à execução das tarefas diárias dos colaboradores. E, por todos estes motivos, é muitas vezes difícil perceber qual será o verdadeiro retorno de uma solução de mobilidade.
Referindo um exemplo: quantas das empresas que consideram adoptar uma solução de automação de força de vendas sabem, em minutos, quanto tempo o vendedor demora a preencher uma ordem de encomenda; e quanto tempo demora alguém, no escritório, a introduzir essa ordem no sistema? Como se pode calcular efectivamente quanto tempo a empresa vai poupar na recolha de uma encomenda se não se tiver acesso a esta informação?
Este é o nosso papel, como consultores e fornecedores de uma solução de mobilidade. Ajudar o cliente a perceber aspectos que poderão não ser tão directos (por estarmos a redesenhar processos) de forma a que exista uma real noção do ROI da solução de mobilidade a implementar. Com o objectivo de auxiliar nesta tarefa, são indicadas em seguida algumas perguntas que poderão ser úteis no cálculo do ROI. Esta lista é baseada na lista indicada em https://knol.google.com/k/kevin-benedict/mobile-software-handheld-pda-business/3tl46qvtusivp/2#What_ROI_Can_I_Expect(3F).
- Quanto tempo demora a recolha de informação pelos colaboradores no terreno? E quanto tempo / combustível é gasto para entregar os dados em papel na sede?
- Quanto tempo é perdido, no escritório, a inserir nos sistemas centrais a informação recolhida pelos técnicos, vendedores, etc? E quantas vezes a informação está incorrecta ou é insuficiente?
- Quanto tempo se perde em alocação de novas tarefas a colaboradores que estejam na rua, quando elas surgem (como por exemplo, uma intervenção de emergência)?
- Quanto tempo / combustível gastam os colaboradores a chegarem à morada correcta dos vários clientes? Existe uma optimização de rota?
- Quanto tempo é gasto na inventariação dos vários itens do cliente?
- Quanto tempo decorre entre a entrega dos bens e a entrega da factura?
- Qual é o nível de serviço prestado ao cliente, tendo em conta os escassos dados temporais disponíveis para os colaboradores da linha da frente (histórico, produtos preferidos, etc)?
- É possível realizar uma auditoria ao sistema, para garantir a máxima eficiência e eficácia?
Estas são apenas algumas das perguntas que podem ser feitas, e apesar de não serem um "Guia Completo - O que levará o seu cliente a comprar uma solução de mobilidade?", contribuem para que seja definido um conjunto de métricas que levarão depois o cliente a chegar, por si próprio, à conclusão de que a forma como está a conduzir o seu negócio é tudo menos eficiente. Ou, no mínimo, a perceber (e você também) que não é rentável investir numa solução de mobilidade. Claro que, se for esta a conclusão, partirá de nós extrapolar para outras possíveis áreas de intervenção nesse cliente, sempre com a melhoria do seu negócio em mente.
Ao complementar as perguntas enumeradas com um conjunto de Silver Bullets espero poder auxiliar na condução do cliente à tão pretendida conclusão:
- Optimização do processo de recolha de informação no terreno (sincronização over-the-air com os sistemas de backend, validação da informação introduzida, etc).
- Redução do tempo / recursos dispendidos na integração da informação nos sistemas centrais.
- Redução do tempo / recursos dispendidos na alocação remota de novas tarefas.
- Optimização de rotas e nos recursos utilizados nas mesmas (combustível, etc).
- Utilização de sistemas de códigos de barras / RFID para facilitar a inventariação de bens no cliente.
- Facturação on-site, reduzindo o tempo necessário para os recebimentos.
- Garantia de melhor serviço ao cliente, mais rápido, mais personalizado e com maior qualidade.
- Gestão e auditoria completa do sistema, garantindo, entre outros aspectos, que as rotas foram cumpridas.
- Automatização de processos.
Na maioria dos casos será relativamente linear começar o cálculo do ROI se nos basearmos em alguns recursos que possamos medir, como o tempo dispendido ou o combustível gasto. Não é uma ciência exacta, mas pode sem dúvida constituir a base de uma trabalho mais elaborado, que mostre realmente ao cliente as vantagens em implementar uma solução de mobilidade.
Não queria terminar este post sem no entanto dizer, e fazendo um elo de ligação com o post anterior, que se a satisfação do cliente não é linear de medir, não deverá no entanto ser descurada. Como já foi referenciado, o factor chave na deserção dos clientes é exactamente o facto de não estarem satisfeitos com o serviço prestado pelo fornecedor actual.
Resta-nos então mostrar aos clientes que, potencialmente:
Reengenharia de Processos
+
Solução de Mobilidade
=
ROI "Mensurável"
+
Aumento Satisfação do Cliente
Sem comentários:
Enviar um comentário